quarta-feira, 1 de julho de 2009
Janelas
Todas as janelas
Uma a uma
Uma porção delas
Coloridas, pequenas, grandes ou decoradas
Encerrem o espetáculo
Fechem a cortina!
Sufoco um grito de silêncio
A inoscência escapou pelos vãos
A dor arrasta-se sob o chão dos sonhos
Sem cor, sem gosto
Insípido sorriso, abre-se mais uma janela
Afoga a canção
Fotografias
Rostos espalhados num globo infeliz
Esconde-se os rosto do nariz
Ou curte todas penduradas
Albúm retrós, costuras de solidão
Atrás daquelas malditas janelas
Quero uma vida sem rede
Sem janelas
Sem paredes
Quero, mãos, braços, pernas e canções
Desenhar no vidro suado o amor
O velho papel
Testemunha molhada
Ouve calado o que não se escuta
Um coração solto, sozinho
Um lugar qualquer
Sem janelas!
Renata Assunção
terça-feira, 23 de junho de 2009
Lavra
Um cafezinho?!
Essa frase reconstrói toda nossa cultura e nosso delicado
caminho nesses tempos imemoriais.
Nascemos do café e o oferecemos como a ambrosia desses olimpo constante que é estarmos aqui, enfrentando monstros e deuses; lutas e momentos de profunda calmaria nas travessias de nosso oceano de existência.
Com cuidado levamos a xícara até a boca, derramamos o paladar e deixamos marcas e perfumes, em tecidos, telas, esculturas e nas lembranças de uma boa companhia.
Pode estar quente, incorporado... Às vezes com de açúcar ou puro.
O amargo nem sempre é sinônimo de rudeza, dor ou insustentabiidade.
Quantas coisas acontecem quando tomamos 'um cafezinho?'
O doce rutilar da xícara raspando no pires e tilintando uma nova epopéia até a outra esquina aonde, com certeza, irão te oferecer... Um cafezinho?